sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Mil certezas


Estou sem vontade de escrever,
de passar o meu tempo a ler,
de descansar ou dormir.

Não me apetece saber
se posso ou tenho dever.
O que for há-de se ver,
e o que mereço há-de vir .

Apetece-me viver,
sem ter de explicar,
sem ter de ponderar,
ser eu, sem tempo a perder.

Não me tentem fazer parar,
não me queiram acordar
porque não estou a sonhar,
muito menos a dormir.

Não me julguem por aparências
nem temam as consequências,
ninguém vive sem sofrer,
nem morre sem viver...

Ana Silva

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

No silêncio do pensamento...

Esta noite permaneço assim,
no silêncio de um pensamento,
sem ter noção de espaço ou de tempo,
só entregue a mim.

Olho as estrelas,
olho sem vê-las...
só por olhar.

Quero sentir o luar,
e no sentimento imaginar
que já não sou eu, mas ele.

E assim vejo o mundo,
vejo o recanto mais profundo
que sou capaz de alcançar.

E chego alto, bem alto...
Mas a altura não temo,
não devo recear...
Eu sou o que sonho,
consigo voar!

Ana Silva

domingo, 15 de novembro de 2009

Sê feliz!!


Vivi tantos momentos contigo,
aprendi tantas coisas, importantes ou supérfluas,
mas hoje, passados meses dessas vivências,
ensinaste-me, inconscientemente, a maior delas:
preservar um amor.

Um amor transformado,
um amor moldado conforme o passar dos tempos,
mas um amor sincero!

O amor que preencheu tantos momentos marcantes,
sinceros, felizes,
e que hoje é a base sólida de uma grande amizade.

Um amor que me faz ultrapassar todas as zangas,
esquecer os mal-entendidos,
seguir em frente
e desejar-te tanto ou mais do que desejo para mim,
um amor de amigos!

É neste amor,
que nasceu ontem...
que vive hoje...
e que permanecerá amanhã...
que encontro as certezas de que és uma pessoa importante,
verdadeira, única,
que merece ser feliz.

É com este amor que eu me orgulho de dizer que acima de tudo,
somos amigos, verdadeiros, incondicionais!
E que tudo o que és não o deixarás de ser jamais!
Sê feliz!!

Ana SIlva

sábado, 14 de novembro de 2009

Sonhar para viver



Cansei-me de continuas dores,
de verter mil lágrimas por dissabores,
de esperar longas horas por quem não vem.

Cresci, perdendo a inocência de criança,
caí no esquecimento da lembrança
de alguém que nunca me fez bem.

Vivi novos encontros, novos afectos,
aprendi a caminhar com passos certos,
sem me deixar influenciar.

Aprendi que sou o que quiser
e chego até onde a vontade me der,
basta ter sempre esperança...

Aventurei-me a grandes destinos,
a viver sem costumes finos,
nunca querendo ser mais que ninguém.

Hoje, sou capaz de estender a mão na hora certa,
de viver em conjunto,
num constante alerta de cada obstáculo que venha a surgir.

Assemelho-me a uma janela aberta,
onde não há paisagem deserta,
onde as pessoas sonham para realizar.

Agora, ouvindo o bater do coração,
tenho a certeza, que não há mal nem grandeza
capaz de me fazer parar.

Ana Silva
14-11-2009

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Amizade


A Amizade é a arte em que o artista vive,
Sonha, pinta, escreve…
Não tem inspiração brusca,
mas ao de leve,
quase sem se fazer notar.

É a ostentação de grandes valores,
A ausência de dúvidas ou temores,
O simples prazer de saber amar.

É o ser capaz de dar mais do que se tem,
De não fazer apenas por parecer bem,
De nunca esquecer, sempre preservar.

É uma história sempre incompleta,
À espera da hora e da palavra certa,
Um sorriso verdadeiro, a sinceridade de um olhar…

É o saber sorrir só para alegrar,
O saber viver,
Voar,
Correr,
Lutar,
Em conjunto com alguém capaz de nos fazer mudar!

Ana Silva
13-11-2009

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Arte de Viver

Desejo saber viver,
saber sorrir mesmo a sofrer,
ter a capacidade de perdoar.

Quero conseguir dizer,
ainda que tudo possa perder,
que sou capaz de amar.

Porque mudo a cada momento
e muda também meu pensamento,
e o ser que sou hoje não serei amanhã.

Porque cada dia é uma surpresa,
um passo dado na incerteza
de um futuro que virá.

Ana Silva
12-11-2009




quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Paixão

Dourados os campos onde, ao teu encontro passei,
Vibrantes os bosques onde a ti me entreguei.
Em ansiedade, quanto, por ti ali, suspirei!

Semelhante ao cristal que me entregaste,
Corre o rio em que
teu desfolhado corpo mergulhaste.
Oh maravilhas do Céu!

Em sua água reluzente,
Penetras tão ferozmente,
como se ao encontro do céu.

Quando teu olhar no meu se encontrou,
Meu sangue nas veias, de desejo, fervilhou
E para além de ti nada mais ficou.

Loucas horas vivi,
Palavras sinceras te declarei,
Vendo nosso reflexo no rio sorri,
E desde esse dia, minha alma e coração, a ti, entreguei!

Ana Silva

Mãe

Mãe, porque não me deixas chorar?
Porque não me deixas sofrer?
Sei que só o fazes por me amar,
Mas percebe que as lágrimas vão-nos fortalecer.
Vê como eu já cresci,
E tudo o que sou devo a ti.
Numa mulher me tornei,
E, vendo teu exemplo, quanto agora sei!

Hoje agradeço tudo o que por mim fizeste,
E te peço que me deixes, por uma vez, errar,
Longas horas chorar,
Sozinha me sentir;
E verás que de cabeça erguida irei seguir.
Aí perceberás que tens de me deixar voar.
Sabe, mãe, que sempre te hei-de amar!


Ana Silva
11-5-2009

Lamento

Perdi a noção do tempo,
nos anos passados,
nos anos vividos.

Perdi mil sonhos em lamentos,
corações destroçados,
amores perdidos.

Esqueci quem era
na ilusão de ainda o ser,
deambulava perdido,
sem saber se morto ou a viver.


Ana Silva
7-11-2009

Petiz

Duvido do benefício do sonho…
Quem sonha ostenta a ilusão,
E quem se ilude esquece a razão.

Serão, porém, minhas dúvidas pequenos anseios,
Pensamentos perdidos em meus devaneios,
Eu, homem de pés assentes no chão.

Firme! Inflexível!
Vivo de forma plausível,
Mas com desmedida melancolia em meu coração.

Sonhar? Não sei o que é!
Sem ser mar quis ter maré
E toda uma infância perdi.

Foi triste forma de crescer.
Sem lutar tudo poder ter,
Sem dor ou amor sentir.

Por um dia, somente,
Quero ser petiz!
Poder voar novamente
E acreditar que quem sonha, é feliz!

27-9-2009
Ana Silva

Lusitana

Brotam, de teus olhos, lágrimas encobertas;
Abafam-se, em tua boca, lamentos;
Escondem-se, em teu coração, humilhações;
Omitem-se, com tua roupa, sombrias horas.

Não consegues impor teu não…

Não pensas na terra que pisas,
Não pensas nos direitos que tens,
Esqueces a força que domina o povo a que pertences,
Esqueces que podes mudar tua vida e todos os teus bens.


Mas Mulher és, Mulher serás,
E tudo a que tens direito terás…
Se a força e o orgulho conquistares,
E, em teu coração, uma certeza tiveres:

Lusitana és;
e em tua mente,
em teu coração,
em todo o teu ser;
ostentas os mais ilustres poderes.